Para a cantora e compositora Lara Aufranc se transformar é uma necessidade constante. Em 2013, quando Lara e os Ultraleves alçou os primeiros vôos, sua música transitava entre o soul e o blues. Dois anos depois, ao lançar o álbum autoral de estreia Em Boa Hora, mostrou originalidade com um repertório poético ora retrô, ora contemporâneo. Hoje, ela lança o seu trabalho mais autoral, livre da persona Lara e os Ultraleves, intitulado Passagem (Matraca Records / YB Music), disco corajoso e mutante, em que a artista fala abertamente de si e do mundo, que observa com atenção. Ouça aqui.
Repleto de elementos do rock setentista e da MPB, o álbum mistura pop contemporâneo e desconstrói ritmos nacionais como o baião e o samba, através de uma sonoridade sólida e libertária, aliada a letras que tratam de questões como as relações líquidas, o posicionamento feminino e a superpopulação das metrópoles. A faixa-título “Passagem” já ganhou videoclipe e é bom exemplo do que instiga a artista na urbanidade contemporânea: “Existe uma solidão no movimento circular e repetitivo das cidades, ao mesmo tempo em que estamos cercados de gente”, diz Lara.
Pra onde é que vai toda essa gente
Todo dia de metrô?
(Passagem)
Assista ao videoclipe de “Passagem”: