Embora a economia brasileira siga estagnada, com empresas e investidores à espera das reformas previdenciária e tributária, o mercado de produtos para a saúde está em ascensão, gerando oportunidades para novos players. A tecnologia da informação impulsionou seu crescimento, propiciando inúmeras parcerias e a propagação de startups. Surgem aplicativos e soluções que fomentam o setor e otimizam sua produtividade. A área transforma-se com a internet das coisas, nanotecnologia, inteligência artificial, realidade aumentada, sistemas de gestão da saúde/hospitalar e big data. Além, claro, da utilização de ferramentas como os smartphones, para monitorar remotamente os pacientes.
Acrescenta-se a esse impulso de caráter disruptivo do mercado, um grande potencial de sustentabilidade: de acordo com projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população está em trajetória de envelhecimento. A partir de 2039, haverá mais pessoas idosas do que crianças vivendo no país. O estudo mostra, ainda, que, até 2060, o percentual de pessoas com mais de 65 anos passará dos atuais 9,2% para 25,5%. Ou seja, um em cada quatro brasileiros será idoso.
Com o aumento da expectativa de vida da população, a incidência e prevalência de doenças crônicas crescem, gerando mais necessidade de acesso a produtos (medicamentos e equipamentos médicos) e serviços (atenção farmacêutica e médicos, dentre outros). Também aumenta a necessidade de investimento em prevenção e melhor qualidade da vida. Ainda como resultado do envelhecimento da população, há uma preocupação maior com o planejamento estratégico da saúde, pública e suplementar, sinalizando outra tendência de expansão na demanda do atendimento médico-hospitalar. Nesse contexto, Estado e sistema privado precisam acompanhar as transformações do perfil de pacientes.
Outro fator que poderá estimular o mercado, em especial no tocante aos produtos de saúde importados, é o equilíbrio do câmbio, que se espera no novo governo, principalmente a partir da reforma previdenciária, importante para o ajuste das contas públicas. A trajetória cambial para 2019 deverá ser mais favorável. No ano anterior, o real perdeu 14,5% de seu valor para o dólar, o que marcou o período mais fraco da moeda desde 2015, quando do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para empresas, como a MedLevensohn, que importam produtos e equipamentos, o ajuste do câmbio representa mais um fator de crescimento.
Por todas essas razões, o mercado de produtos e equipamentos para saúde está em ascensão e deverá continuar se expandindo. O mais importante nesse movimento, contudo, é a garantia de bom atendimento e de acesso cada vez mais amplo da população aos avanços propiciados pela tecnologia, tanto no diagnóstico, como prevenção e tratamento. Trata-se de prioridade absoluta, como, aliás, garante nossa Constituição, que estabelece o acesso à saúde como direito fundamental e universal.
por José Marcos Szuster, CEO da MedLevensohn, distribuidora de produtos na área da saúde