Mais que uma tendência, os processos de transformação digital estão se transformando em necessidade para que empresas dos mais diversos setores se tornem, de fato, competitivas. Do lado dos fornecedores, o desafio é ajudar seus clientes neste processo, e para que isso aconteça de forma eficiente, é preciso ter clareza dos conceitos envolvidos aqui. Por exemplo, existe uma tremenda diferença entre dois termos que, quando traduzidos para o português, têm o mesmo significado: digitization e digitalization. Na verdade, digitization é, simplesmente, converter para o digital, enquanto digitalization é utilizar ferramentas digitais.
O Uber, por exemplo, faz parte deste segundo processo, pois serve de instrumento para facilitar a locomoção dos usuários – aqui, o uso da tecnologia (Big Data) é imprescindível para reunir dados de motoristas e passageiros e, consequentemente, operacionalizar o serviço. Se o Uber é um exemplo de serviço muito bem-sucedido em várias cidades e países, há diversas outras ideias estagnadas e/ou rejeitadas por aí. Atualmente, 70% dos projetos de digitalização fracassam no mundo todo devido à falta de investimento, valorização e/ou apoio por parte dos tomadores de decisão. O incentivo à transformação digital se dá com pessoas e empresas que sabem ouvir, valorizar e implementar boas ideias.
Além das tecnologias já citadas, estas empresas devem trabalhar também com Data Analytics, Mobility, Cloud, Blockchain, Inteligência Artificial e muitas outras que auxiliam empresas a avançarem rumo à digitalização. E, melhor do que dominá-las, é preciso saber integrá-las para criar produtos realmente inovadores. Quer um exemplo? O Head Mounted Display, desenvolvido pela T-Systems para a Fujitsu, uma das maiores companhias japonesas de TI. Também chamada de headset de realidade mista, a solução é uma espécie de capacete com monitor, óculos e comandos de voz altamente capazes de automatizar o trabalho manual de picking, servindo como guia para o funcionário da empresa tomar as decisões certas e aumentar sua produtividade. Neste caso, há uma integração de Realidade Aumentada, Realidade Virtual, IoT e Cloud, o que comprova a perfeita harmonia entre diferentes tecnologias em uma única solução.
A Realidade Aumentada também é aplicada na fábrica da alemã Schwan Cosmetics. Em casos de manutenção e reparo de máquinas, os operários podem fazer uma chamada de vídeo com técnicos e especialistas para pedir instruções e resolver o problema em tempo real, sem que alguém precise ir fisicamente até a fábrica. Basta utilizar os óculos de AR e receber os comandos da central de suporte, que envia áudios, textos e informações em 3D para o campo de visão do operário, possibilitando uma orientação remota e igualmente eficaz. Antes da solução, era preciso resolver o problema via e-mail ou telefone e, em algumas situações, esperar a visita de um especialista, o que exigia um tempo muito maior.
Outro projeto bastante inovador foi o San Diego Innovation Lab, cujas soluções melhoram a experiência do passageiro, aumentam a eficiência dos aeroportos, diminuem custos e identificam possíveis fontes de receita. Cada uma destas soluções mencionadas acima reforça um compromisso que deve ser assumido por todos que pretendem garantir o melhor suporte aos seus clientes na jornada digital: “Se não nos transformarmos, não seremos disruptivos”.
por Zhilei Ma, vice-presidente regional (Américas) de soluções digitais da T-Systems International