A designer uruguaia Gabriela Hearst, nova diretora criativa da Chloé, acaba de estrear a sua primeira coleção para a marca francesa de moda Prêt-à-porter no mesmo dia em que a fundadora da Mansion, Gaby Aghion, completaria 100 anos. O desfile, gravado sem público, aconteceu no bairro parisiense Saint-Germain-des-Prés, onde estão o café Les Deux Magots e a cervejaria Brasserie Lipp, locais onde Gaby Aghion reunia convidados ao longo de sua vida para apresentar algumas criações.
Já a coleção Outono/Inverno 21, realizada por Gabriela, é uma homenagem às origens da designer e traz um conceito sutil e ousado, inspirado pela sustentabilidade e comprometimento com um bem maior, onde cada peça tem um senso de propósito. As mudanças, algumas iniciadas antes mesmo desta coleção, fazem parte de um plano de sustentabilidade da grife para 2025. As peças trazem matérias-primas de menor impacto, sendo consideradas até quatro vezes mais sustentáveis em relação ao ano passado.
Para o ready-to-wear, a marca opta pela eliminação de fibra sintética virgem (poliéster) ou fibra celulósica artificial (viscose) e aquisição de jeans reciclado, reutilizado e orgânico. Mais de 50% da seda utilizada vem da agricultura orgânica e mais de 80% dos fios de cashmere para as malhas é reciclado. Os fornecedores sustentáveis foram introduzidos desde os materiais às embalagens.
A coleção conta com grandes ponchos de golas modernizadas, decorados com franjas e peças de lã, e os produtos em couro são um destaque à parte, principalmente os decorados com escamas em diferentes cores, assim como os vestidos com ondulações e furos nas laterais do busto. A coleção também traz uma nova família da bolsa Chloé Edith, feita em cashmere reciclado ou em jacquard reciclado, em versão mini, sacola e maleta de médico, e bolsas Edith Vintage, que foram reaproveitadas com sobras de materiais desta coleção.
A lista continua com as clássicas botas Chelsea de couro com sola de crepe e um acabamento que remete o cashmere reciclado, uma nova família de mocassins de diferentes alturas, botas e botinhas tricotadas acima do joelho que são integradas com meia. Outro destaque é uma colaboração com a Moonboots que incorpora o material da Chloé e cashmere reciclado, transformando o inverno exagerado em algo lúdico. Os botões de cerâmica foram transformados em pingentes que são combinados com minerais e pedras semipreciosas, como ametista, quartzo rosa e fumê e lápis-lazúli. Grandes pedaços de pedras aparecem incrustados em couro com tiras ajustáveis que podem ser colocados em diferentes chakras.
Toda a coleção foi baseada em cores terrosas e tem a assinatura de Hearst, sem deixar a tradicional pegada boho-chic (inspirada em várias influências boêmias e hippie) da Chloé de lado. Confira abaixo algumas fotos do desfile:
