O mercado de derivativos é uma boa opção para quem deseja migrar da renda fixa para a renda variável porque ele não exige o investimento de valores elevados.
Entretanto, é importante saber exatamente como essa modalidade funciona, uma vez que se trata de um tipo de operação complexa.
Como o próprio nome sugere, trata-se de uma categoria de instrumentos financeiros que depende de outros elementos para gerar seus resultados.
Ou seja, derivativos são aplicações que valem de acordo com outro produto e que têm seus preço e prazo de vencimento definidos previamente.
A ideia é que o investimento possua a sua própria cotação, lastreada por outro elemento que pode ser o preço de um ativo, uma taxa de referência ou um índice de mercado.
Alguns exemplos de derivativos são a soja e o ouro, além de ações, taxas de juros e moedas. Ao negociar um contrato futuro de dólar, por exemplo, o investidor negocia algo que será concretizado posteriormente, baseando-se no valor atual da moeda.
Tipos de derivativos
Basicamente, são quatro as categorias mais comuns de derivativos: os Contratos a Termo; os Contratos Futuros; as Opções; e os Swaps.
Todos estão disponíveis no ambiente da Bolsa de Valores via plataformas de investimentos e atendem a diferentes necessidades de público e de mercado.
Para entender melhor como funcionam e como podem gerar resultados, é necessário analisar cada um, separadamente, considerando suas principais características.
Contratos a Termo
Os Contratos a Termo representam o compromisso que o investidor tem de comprar uma quantidade determinada de um ativo pelo preço previamente estabelecido.
Essa operação pode ser realizada tanto na Bolsa quanto no mercado de balcão.
Um exemplo é a compra a Termo de uma ação empresarial no valor de R$ 100 por um período de 30 dias. Caberá ao vendedor disponibilizar a ação por esse preço e no prazo acordado, independentemente do seu valor naquele momento.
Contratos Futuros
Os Contratos Futuros também funcionam como um compromisso de compra ou venda do ativo com data definida, mas sob um formato específico de liquidação, que é o ajuste diário.
Diferentemente do que ocorre nos Contratos a Termo, quando a liquidação se dá somente no vencimento, no caso dos Contratos Futuros existe um mecanismo que faz com que eles sejam diariamente revistos tomando como referência um preço fixado.
Além disso, só podem ser negociados no ambiente da Bolsa, enquanto nos a Termo é possível realizar operações no mercado de balcão.
Opções
As Opções delimitam o direito que o investidor tem de comprar ou vender certo ativo por um preço definido.
A operação começa com o pagamento de um valor chamado de “prêmio”, que garante esse direito da compra futuro.
Neste caso, o investidor adquire o direito de comprar ou vender certo ativo. Isso não quer dizer que ele tenha a obrigação de fechar o negócio na data acordada, podendo exercer o seu direito de compra ou não.
Caso o valor da ação à vista seja maior do que o da opção acordada, ele pode abrir mão de fazer o investimento, perdendo apenas o dinheiro gasto no pagamento do “prêmio”.
Swaps
Swaps são acordos que os investidores podem fazer para negociar a troca de rentabilidade entre ativos.
Dessa forma é possível trocar fluxo de caixa a partir da comparação entre tipos diferentes de rentabilidades.
Um exemplo é um contrato de Swap envolvendo ouro e determinado índice de ações. Imaginando que na data de vencimento do contrato o ouro esteja com uma valorização inferior à variação do índice, o investidor tem como receber a diferença de rentabilidade na prática do Swap.
Como os derivativos são negociados
No geral, derivativos são negociados como contratos padronizados, o que significa que eles têm quantidade, prazo, forma de cotação, entre outras características previamente especificadas.
Assim, ambas as partes interessadas nas negociações se dispõem a comprar ou vender os papéis por um preço estabelecido antes, além de prazo determinado.
Isso acontece em mercados organizados, pois dessa forma é possível oferecer aos agentes econômicos envolvidos na operação maiores oportunidades para que amenizem riscos existentes nas operações.
Especialistas em renda variável costumam fazer disso um recurso para conseguirem melhores resultados em suas aplicações.