O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgará nesta quarta-feira (18), a nova taxa base de juros brasileira (Selic). Para o Professor da Faculdade Fipecafi, Diogo Carneiro, no próximo ano, a taxa Selic deve ficar em 5% por conta das movimentações financeiras. “A tendência do patamar fixado para a Selic vem indicando uma significativa queda, confirmando a movimentação, que já vem ocorrendo há algum tempo, e a expectativa de queda, alinhada ao que já vem ocorrendo”, explica.
O especialista comenta que a movimentação encontra amparo na realidade econômica observada no país. “A capacidade ociosa se encontra bastante elevada, de modo que há espaço para crescimento econômico sem que haja ameaça de inflação. Sendo assim, não há justificativa para a manutenção de uma taxa de juros em um nível mais elevado, ao menos, no médio prazo”, explica.
Este novo cenário implica em uma mudança no comportamento dos investidores. Para Carneiro, não há mais possibilidade de ganhos extraordinários sem a necessidade de se correr riscos. “Com isso, investidores com maior apetite a retornos expressivos devem estar mais dispostos a correr riscos, alterando seu portfólio de investimentos para outras opções, tais como ações de empresas listadas em bolsa”, avalia.
Para o professor, do ponto de vista da economia, essa mudança é extremamente desejável, uma vez que representa um aumento da relevância do mercado de capitais como fonte de recursos das empresas, promovendo um acesso maior ao capital das instituições que são realmente capazes de fazer a economia voltar a crescer. “Além disso, trata-se de um estimulo muito bem-vindo para amadurecer nosso mercado de capitais, considerado ainda muito pequeno em comparação com os grandes mercados globais ou ao potencial econômico do país”, ressalta.
O especialista diz ainda que essa alteração pode trazer consequências benéficas para o mercado brasileiro, alterando a forma como as empresas pensam em financiar seus negócios. “Organizações brasileiras, tradicionalmente, se financiam por meio de crédito bancário e, nos últimos tempos, foi notória a participação de bancos estatais nesse processo, principalmente o BNDES”, finaliza Carneiro.