Por rentabilidade, fundos de ações passam a chamar cada vez mais atenção


Fundo de Investimento em Ações (Crédito: reprodução)

A busca por produtos financeiros que ofereçam maior rentabilidade está levando investidores a apostarem cada vez mais em fundos de ações. Com a queda da taxa básica de juros, as aplicações consideradas mais seguras, como de renda fixa ou até mesmo a poupança, se tornam menos atraentes. Com isso, as aplicações tidas mais arriscadas passam a ganhar terreno pelo seu poder de oferecer mais retorno financeiro.

Dados da Anbima, associação que representa o setor de mercado de capitais no país, mostrou que em Fevereiro a captação líquida em fundos de ações foi de R$ 6,5 bilhões, três vezes maior do que o verificado no mesmo mês do ano passado (R$ 2,1 bilhões). Já os fundos ligados a renda fixa tiveram captação negativa de R$ 9,1 bilhões.

Um levantamento feito pelos economistas Felipe Medeiros e Lucas Paulino, sócios-fundadores da plataforma de investimentos Mais Retorno, mostrou que do total aportado pelos investidores Pessoa Física atendidos pela empresa em produtos financeiros, 91% foi destinado para classe de ações em Janeiro, e 87% no mês de Fevereiro.

Segundo Paulino, isso reflete o momento do mercado, que segue otimista com os rumos da política econômica do governo atual, além do cenário mais favorável da renda variável. “Boa parte dos investidores tomou coragem de alocar em ações. Até então esse recurso estava em renda fixa e multimercado, então é natural nesse primeiro momento ter um movimento tão forte, pois havia uma vontade reprimida”, diz o especialista em investimentos do Mais Retorno.

Outro motivo para essa forte alocação em fundos de ações, ainda segundo Paulino, é a busca por um rendimento maior em um momento de taxas de juros tão baixa. “Com a taxa de juros brasileira em seu menor valor da história, muitos investidores começam a aceitar um risco maior por uma boa rentabilidade do seu dinheiro”, afirma. “Como a bolsa tem batido recordes de alta, com o Ibovespa cercando seu valor máximo histórico, muitos investidores começam a se interessar mais por esse tipo de investimento”, complementa.

Poupança recua em Fevereiro

Embora a caderneta de poupança ainda seja a modalidade de investimento mais procurada pelo brasileiro, a captação líquida vem caindo mês a mês. As retiradas da poupança superaram os depósitos em R$ 4,020 bilhões em Fevereiro, segundo informou o Banco Central. Este foi o quinto ano seguido com saída líquida de recursos da poupança e foi, também, a maior retirada em meses de Fevereiro desde 2016.

Com a queda dos juros básicos da economia registrada até Março de 2018 e a manutenção desde então da taxa Selic na mínima histórica de 6,5% ao ano, a caderneta de poupança passou a render menos. Com isso, aplicações mais arriscadas passam a ser consideradas com o propósito de atingir retorno financeiro maior. “Se o investidor está procurando investimentos que vão render acima da média do mercado, precisará correr um pouco mais de riscos, investindo em títulos de crédito privado como Debêntures, CRI e CRA ou simplesmente em fundos”, diz Medeiros, do Mais Retorno.