Quando o Open Banking se tornará realidade?


Recente pesquisa elaborada pela KPMG no Reino Unido revelou que a maioria das Pequenas e Médias Empresas (PMEs) precisam se adequar para os serviços de open banking, com quase metade (47%) informando que não se sentem confortáveis para se engajarem com essa prática e 25% que não compartilharão dados com outros provedores financeiros sob nenhuma circunstância. Além disso, as mais céticas são as pequenas empresas com foco doméstico e aquelas de propriedade ou gerenciadas por pessoas com mais de 45 anos de idade. Essas são algumas das conclusões da pesquisa “O open banking está aberto aos negócios?” (Is open banking open for business?, em inglês), que ouviu mil organizações com volume de negócios de até £ 7 milhões do Reino Unido – país que já adota uma norma consolidada a respeito do assunto.

“O open banking representa o futuro das transações bancárias, ampliando significativamente as possibilidades de negócios. Esse conceito está revolucionando o setor, criando novas oportunidades e transformando o modelo de negócios das entidades dedicadas ao setor financeiro. Considerando que o Banco Central do Brasil caminha no sentido da regulamentação dessa prática, veremos uma nova onda de transformação, comparável com a introdução do Sistema Brasileiro de Pagamentos ou da criação da Indústria de Fundos de Investimentos. Essa nova onda colocará ainda mais poder nas mãos dos consumidores”, afirma o sócio-líder de Serviços Financeiros da KPMG no Brasil, Ricardo Anhesini.

A pesquisa também concluiu que, embora o open banking não seja para todos, nem tudo está perdido, pois 30% das pequenas e médias empresas, geralmente aquelas de alto crescimento focadas em tecnologia ou serviços financeiros, são altamente receptivas aos objetivos do open banking, o que deve gerar oportunidades aos provedores otimizarem seus serviços. Outro dado importante é a constatação que algumas organizações financeiras são mais talentosas em servir clientes e outras mais capazes para desenvolver ofertas e precificar produtos com qualidade. Outros dados relevantes da pesquisa são que: 44% não pagariam por qualquer serviço de open banking; 24% pagariam para fazer e receber pagamentos com mais facilidade e rapidez; 22% pagariam por um dashboard ou algum tipo de painel de controles contendo todas as operações financeiras, empréstimos, poupanças e ativos, entre outros.

A pesquisa destaca ainda que sistemas de pagamento em tempo real serão proliferados e novas maneiras de compartilhamento de informações bancárias serão desenvolvidas por meio de ecossistemas digitais. No caso dos bancos, haverá mais criatividade nos serviços, o que ajudará a criar um ambiente bancário mais competitivo, com novas formas de acesso aos clientes, expansão da base de clientes e alvos e, consequentemente, mais fontes de receita.

“A promessa do open banking é que o compartilhamento de dados permitirá um maior entendimento das necessidades dos clientes, incentivando a concorrência, e contribuirá para a oferta de melhores produtos do setor bancário, elevando a experiência do usuário. Contudo, apesar das vantagens, as empresas de pequeno e médio porte ainda precisam ser convencidas sobre os principais benefícios para entenderem como podem implementar modelos de negócios mais inovadores e flexíveis”, completa Ricardo Anhesini.

Sobre os setores de atividades dos respondentes, estão: bens de consumo e varejo (23,6%); tecnologia, mídia e telecomunicações (13,8%), manufaturas (8,7%), serviços financeiros (7,8%) e outros (46,1%). Com relação aos cargos dos respondentes, destacam-se proprietários (59,5%), diretores (14,2%) e diretores gerais (9,2%). Clique aqui para ter acesso à íntegra da pesquisa.