Em um mundo cada vez mais digitalizado, interconectado e globalizado, não é estranho que as novas tecnologias ganhem cada vez mais protagonismo em diversas áreas. Por exemplo, recentemente, as remunerações têm se adaptado aos novos tempos, dando espaço às criptomoedas, que se tornaram uma opção atraente para muitos trabalhadores de diversas áreas.
Entre as grandes empresas que já implementaram essa prática estão a MicroStrategy, que pagará recompensas com bitcoin, e a Bitwage, na qual o funcionário escolhe o percentual que deseja receber de seu salário em criptomoeda clássica (stablecoin) e o que deseja manter em moeda local.
O que tem estimulado este movimento é a crescente popularidade do mundo cripto, liderado por moedas como Bitcoin e Ethereum, o que levou o mercado corporativo a considerar essa forma de pagamento como uma alternativa viável. Mas o que motiva os usuários a escolherem que seus salários sejam pagos em criptomoedas?
“Os usuários optam por receber seus salários em criptomoedas por diversas razões. Em primeiro lugar, as criptomoedas oferecem maior independência financeira e uma forma de proteção contra a inflação e a desvalorização das moedas fiduciárias tradicionais. Além disso, a possibilidade de altas taxas de retorno e a valorização das criptomoedas atraem aqueles que buscam maximizar seus rendimentos. Para alguns, as criptomoedas representam uma alternativa segura e rápida para as transferências internacionais, evitando as tarifas bancárias elevadas e os atrasos nas transações. A popularidade dos nômades digitais aumentou também, trazendo a facilidade das criptos como meio de recebimento de salário. A crescente aceitação e adoção de criptomoedas em diversas plataformas e mercados também desempenha um papel crucial, assim como a ideologia por trás da descentralização e do controle pessoal das finanças. Por último, a influência da cultura digital e o interesse na inovação tecnológica impulsionam muitos a experimentar as novas formas de pagamento e armazenamento de valor que as criptomoedas oferecem”, explica Denise Cinelli, COO da CryptoMKT.
Na América Latina, as posições em que essa modalidade é mais popular são: engenheiros de sistemas, desenvolvedores, vendas e produtos. Em geral, e de acordo com a CryptoMKT, eles optam por receber a totalidade ou parte de seu pagamento em criptomoedas, e em seu sistema isso inclui trabalhadores freelancers. Os que mais adotam esses pagamentos são pessoas entre 25 e 34 anos, seguidas por um segmento de 35 a 44 anos. Geralmente, são perfis com altos estudos, provenientes do setor tecnológico, e preferem Bitcoin, Solana e Ethereum. Inclusive, grande parte da equipe da corretora recebe o salário em criptomoedas.
A COO da CryptoMKT acrescenta que pagar as remunerações com criptomoedas oferece “diversas vantagens e oportunidades tanto para empresas quanto para pessoas. Para as empresas, permite realizar pagamentos internacionais de maneira rápida e econômica, eliminando os altos custos e as demoras associadas aos bancos tradicionais. Além disso, oferece maior transparência e segurança nas transações graças à tecnologia blockchain, o que pode reduzir o risco de fraudes. Para as pessoas, receber seu salário em criptomoedas proporciona a possibilidade de ter acesso imediato aos seus fundos sem intermediários, e a oportunidade de participar da economia digital global. Também podem se beneficiar da valorização potencial das criptomoedas, convertendo sua remuneração em um investimento. Em conjunto, essas vantagens facilitam uma maior inclusão financeira e promovem a inovação na gestão de pagamentos e finanças pessoais”, explica e conclui Denise Cinelli.