Por muito tempo, a imagem da Bolsa de Valores era o símbolo do mercado financeiro para a grande maioria das pessoas: confuso, com gritaria e profissionais fazendo contas sem parar para calcular seus ganhos e perdas que poderiam surgir em questões de minutos. Esse cenário, felizmente, ficou para trás. Hoje, investir em ações é uma modalidade eficiente e segura para um número maior de brasileiros – neste ano, a B3, responsável pela Bovespa, principal Bolsa de Valores do país, divulgou que o número de investidores em pessoas física ultrapassou a marca de 1 milhão, um recorde histórico. Entretanto, apesar de sua recente popularidade, ainda é comum encontrar quem tem dúvidas ou, pior, sofre com perdas. Para evitar isso, confira os cinco erros mais comuns na hora de investir em ações:
1. Comprar na alta e sair na baixa
Sim, esse é um dos erros mais comuns dos investidores que atuam na Bolsa de Valores. O ideal, lógico, é entrar na baixa e sair na alta, ganhando com a valorização. É praticamente um instituto natural: acionamos o “modo de sobrevivência” quando a situação parece sair do controle e o “modo de oportunidade” quando outros já validaram o negócio. Na prática, o que acontece é que a pessoa espera tempo demais para iniciar seus investimentos, aguardando a aprovação de outros, e isso normalmente acontece quando o valor já está alto. Aí, quando começa a cair, ele se desfaz das ações com medo de perder tudo, ficando no prejuízo.
2. Analisar apenas o preço para comprar ações
A oscilação de preço das ações é apenas o topo do iceberg, ou seja, há bastante coisa escondida. O mais importante, por exemplo, é saber o quanto essa empresa vale de fato. Um exemplo: se a empresa vale R$ 20 e está sendo comercializada por R$ 15, se o preço cair para R$ 10 é oportunidade para comparar mais e ganhar com a valorização quase certeira. Saber isso, porém, não é fácil. É preciso dedicar horas de estudo, entender objetivos, balanços, informações qualitativas como equipe, executivos e processos, entre outros.
3. Não diversificar sua carteira de ações
Mais um ponto que não costuma ser levado em consideração no mercado. Operar com ações exige técnica e diversificar a carteira é muito importante para garantir o equilíbrio de seus ativos, reduzir os riscos e, consequentemente, evitar prejuízos. Muitas histórias de insucesso na renda variável estão relacionadas às concentrações de ativos.
4. Querer ganhar dinheiro no curto prazo
Outro erro comum é achar que o investimento em renda variável vai trazer resultado no curto prazo. Na verdade, o ideal é pensar no longo prazo. Uma análise do S&P 500 (índice com 500 ativos de acordo com seu tamanho de mercado nos Estados Unidos) entre 1926 e 2015 mostra que o resultado diário costuma ser 54% positivo e 46% negativo, enquanto que uma análise de 20 anos indica que 100% dos casos foram positivos. Em suma: o resultado nunca vem rápido, o que exige paciência e dedicação do investidor.
5. Acreditar nas grandes promessas de ganhos
Todo mundo quer ganhar dinheiro sem risco e sem trabalho, não é mesmo? Mas não caia nessa mentira do mercado financeiro. Casas de análises enriqueceram nos últimos anos ao venderem relatórios nada vantajosos para investidores, principalmente por prometerem ganho fácil. Contudo, guardar dinheiro no mercado financeiro exige dedicação, estudo e paciência pois nada acontece rapidamente. Caso não tenha tempo para se dedicar, conte com um especialista para lhe ajudar na estratégia e nos seus objetivos.
por Felipe Medeiros, economista e sócio-fundador do Mais Retorno, plataforma de investimento personalizado com conteúdo educacional