FIIs tornam-se a nova opção de investimento dos brasileiros


Os Fundos de Investimento Imobiliários são os novos “queridinhos” dos investidores brasileiros. Segundo dados da B3, esse tipo de modalidade de investimento não para de crescer. Em abril deste ano, a Bolsa de Valores contava com 427 fundos voltados para esse mercado e mais de 317 mil investidores pessoa física injetando dinheiro nesse tipo de aplicação.

Mas o que são esses fundos imobiliários? Os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) são compostos por grupos de investidores com o objetivo de aplicar recursos em diversos tipos de investimentos imobiliários, seja no desenvolvimento de empreendimentos ou em imóveis já prontos, como edifícios comerciais, shoppings centers e hospitais. A intenção é obter retorno pela exploração da locação, arrendamento, venda do imóvel e outras atividades do setor.

O produto ainda é relativamente novo perto de outras modalidades de aplicação. Foi criado na década de 1990, por meio da lei 8.668/93 e, desde então, vem ganhando destaque.

Alguns dos vários atrativos do FII são a isenção de Imposto de Renda, o índice de retorno maior do que o registrado pelos fundos DI e a possibilidade de valor baixo de aplicação. Segundo a gestora de investimentos TG Core, especializada nesse tipo de produto, o valor médio de aplicação é de R$ 100,00. “O investidor tem um índice maior de lucro, que pode ser mensal, trimestral ou semestral, dependendo da carteira de investimento, além da valorização da cota junto à Bolsa”, explica Darlan Lopes, da área de Relações com Investidores da empresa.

De acordo com Lopes, o FII é uma aplicação de longo prazo, feita para quem está pensando em acumular dinheiro para o futuro. “Todo mês o cotista pode receber um valor, mas ele pode optar por reinvesti-lo, aumentando seu montante e criar uma renda para o futuro”.

O perfil de investidor do FII é variado, segundo Darlan. “Por ser um produto acessível e simples, qualquer pessoa pode se tornar um cotista. São investidores de várias idades, com perfis variados de atuação, mas que entendem que precisam colocar seu dinheiro para render em uma aplicação que rende mais do que um fundo DI”.

Na visão do especialista da TG Core, o crescimento do FII só não é ainda mais robusto pela falta de conhecimento dos brasileiros em relação ao mercado financeiro. “Infelizmente, o Brasil não investe em educação financeira nas escolas para desmistificar o tema e fazer com que as pessoas tenham contato com o assunto desde pequenas e consigam fazer um planejamento de longo prazo”.

A instabilidade econômica, o baixo crescimento, o sobe e desce da inflação e o alto índice de desemprego dificultam desenvolver um perfil poupador no brasileiro. “Hoje as pessoas já conseguem poupar um pouco mais, porém ainda têm a cultura da poupança. Nosso desafio agora é fazer com que elas poupem com qualidade”, avalia Lopes.

O acesso à informação é mais fácil, na visão do especialista de RI da TG Core. “Entidades como a CVM, Anbima e a própria B3 investem em eventos e na divulgação de informações que ajudam as pessoas a conhecer um pouco mais sobre os fundos de investimento imobiliário e tirar todas as dúvidas sobre seu funcionamento. Isso deve ajudar a aumentar gradativamente cada vez mais o número de investidores nessa modalidade nos próximos anos”, conclui.